A luta pela democratização da mídia, o feminismo brasileiro e a saúde pública do país perderam no dia 14 de fevereiro a ativista e servidora pública Lurdinha Rodrigues, em um grave acidente de carro no interior da Bahia.
Lurdinha era coordenadora geral da Diversidade, da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República (SPM/PR) e sempre manteve uma atuação na militância dos direitos humanos e do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais).
Em 2011, no debate “Saúde na tela: Televisão pública, cidadania e políticas públicas”, promovido pelo Icict, Lurdinha Rodrigues, representando o Conselho Nacional de Saúde (CNS), abordou a questão da programação das TVs privadas e como o SUS é retratado. Para ela, o Sistema Único de Saúde não poderia ficar limitado a matérias sobre as filas de hospitais e postos de saúde: "o SUS é muito mais que isso e é um desconhecido da população. Essa é uma disputa de projeto de saúde do país e a tevê pública deve entrar nessa disputa”. Na ocasião, ela defendeu que as políticas para uma televisão pública deveriam ser apropriados pelo CNS e tema de debate para a 14ª Conferência Nacional de Saúde: “Um dos 10 diálogos temáticos deve ser a comunicação e a informação em saúde como um direito humano fundamental e pressuposto do direito à saúde. A questão da informação e da comunicação é entendida como um eixo estratégico pelo Conselho”, enfatizou.
Lurdinha Rodrigues também foi membro da Comissão Intersetorial de Comunicação e Informação em Saúde (CICIS)/CNS e foi delegada na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).
No mesmo acidente também faleceram Rosangela Rigo, secretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas (Saiat)/SPM/PR e Célia Maria Escanfella, ativista de Direitos Humanos e do movimento LGBT.
O Icict junta-se à SPM, ao Cebes, à Procuradoria da Mulher do Senado Federal, à Marcha Mundial de Mulheres, à ONU Mulheres, ao Ministério de Justiça, à Secretaria de Direitos Humanos (SDH)/PR, ao Instituto Patrícia Galvão, dentre outros, para lamentar a perda das servidoras e ativistas.