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Cooperação Social da Fiocruz e MNU-RJ lançam documentário 'Nzila: Favela, Ancestralidade e Saúde Antirracista'

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Por
Nathalia Mendonça (Cooperação Social da Fiocruz)
Publicado em - Atualizado em

No dia 27/11 (quinta-feira), a Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz e o Movimento Negro Unificado do Rio de Janeiro (MNU-RJ) vão exibir o documentário 'Nzila: Favela, Ancestralidade e Saúde Antirracista'. A atividade é aberta ao público e ocorre das 12h30 às 16h30 no auditório do Museu da Vida Fiocruz.  O filme foi realizado no âmbito do projeto Saúde na favela pela perspectiva antirracista e destaca as práticas antirracistas desenvolvidas por coletivos e movimentos sociais.

Inspirado na experiência do curso de Promotores Populares Antirracistas, o documentário percorre os caminhos ancestrais, de resistência e de cura, traçados pela população negra em sete favelas do Rio de Janeiro: Manguinhos, Jacarezinho, Rocinha, Vila Cruzeiro, Mangueirinha, Cidade Alta e Vila Aliança. Dirigido e roteirizado por Edilano Cavalcante, a produção conta com o apoio da VídeoSaúde Distribuidora da Fiocruz e do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).  

A narrativa do filme destaca a ancestralidade como base das lutas por dignidade e justiça nas favelas. Nzila (“caminho” na língua Bantu) é um produto de divulgação científica que valoriza e promove as tecnologias sociais construídas a partir dos saberes populares e da ciência.

A divulgação científica está presente nesse filme em conjunto com a comunicação popular na perspectiva de que falar sobre ciência e saúde no seu conceito ampliado é importante.

“Também é fundamental que esse diálogo - a partir do audiovisual ou de outras vertentes - esteja vinculado a uma visão de comunicação que seja para o alcance de todos”, afirmou Edilano Cavalcante, mestrando em divulgação científica pela Casa de Oswaldo Cruz e diretor do filme.

O ciclo de formação em saúde antirracista que deu origem ao filme foi realizado pelo projeto por uma equipe multidisciplinar que trabalhou o tema do antirracismo a partir do conceito da Promoção da Saúde e da participação nos diversos níveis e instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, foram 21 ciclos de formação realizados pelo projeto em favelas do Rio de Janeiro que possuem histórico de violência armada, com impacto na saúde, envolvendo indicadores de racismo, adoecimento e sofrimento psicossocial das populações e dos trabalhadores profissionais que atuam nesses territórios. Quinhentas pessoas foram formadas como promotoras populares de saúde antirracista para monitoramento dessas violações.

Para Leonardo Brasil Bueno, coordenador do projeto na Fiocruz, o documentário é uma forma de promover saúde nesses territórios por meio de uma troca de conhecimentos entre as experiências do Movimento Negro Unificado, das organizações comunitárias e da Cooperação Social da Fiocruz. “O filme vai fazer parte de campanhas nas favelas para entendermos a violência e o racismo como uma questão de saúde fundamental que precisa ser prevenida e enfrentada para redução do nível de adoecimento e sofrimento intenso que existe nesse território”, explicou Leonardo.

A iniciativa promove a formação em promoção da saúde com um enfoque antirracista e é voltada para pessoas negras moradoras de favelas que tenham passado por violações de direitos humanos. A partir dos relatos feitos pelos moradores durante oficinas, rodas de conversa e dinâmicas propositivas, a equipe do projeto desenvolve os ciclos formativos para prevenção e enfrentamento ao racismo e à violência armada nos territórios de atuação do projeto.

“Esses promotores têm um papel nos seus territórios, mas também se comprometem em fomentar a política para o seu município, para que sirvam como referência para o país e estimulem, na prática, a concretização das políticas de saúde integral da população negra em municípios brasileiros que somam 57% da sua população e são 80% das pessoas que utilizam o Sistema Único de Saúde”, afirmou Leonardo Bueno.

Exibição nacional

Na próxima segunda-feira (24), o Canal Saúde realizará uma exibição nacional do documentário para o público que reside em outros estados. A programação ao vivo começa às 22h30 e pode ser acessada através da TV digital 2.4 (Rio e Brasília), 62.4 (São Paulo) ou on-line pelo site do Canal Saúde. O filme também será exibido na quarta-feira (26/11 )às 22h30; na sexta-feira (28/11) às 22h30 e no domingo (30/11) às 21h30.

Sobre o projeto  

O projeto Saúde na favela pela perspectiva antirracista objetiva a formação em Promoção da Saúde com acolhimento, escuta ativa e enfoque antirracista voltada para moradores de sete favelas do Rio de Janeiro que tenham passado por violações de direitos humanos. Também visa analisar as demandas locais frente à disponibilidade de serviços psicossociais para moradores dessas favelas na perspectiva antirracista do compartilhamento de saberes ancestrais, sobretudo reconhecendo e valorizando tais saberes, que estão presentes nos lugares de atuação do projeto. O projeto é realizado pela Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz, em parceria com o Movimento Negro Unificado (MNU-RJ).


cartaz do filme Nzila com créditos, título do filme em fundo com imagem de uma favela

Serviço:

Lançamento do documentário 'Nzila'
Data: 27 de novembro
Horário: 12h30 às 16h30
Local: Auditório do Museu da Vida Fiocruz
Endereço: Avenida Brasil, 4365, em Manguinhos, Rio de Janeiro. 

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