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Curso de Acessibilidade para profissionais de saúde está com inscrições abertas

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Assessoria de Comunicação do Icict/Fiocruz
Publicado em - Atualizado em

Você já pensou em como uma pessoa surda faz para se comunicar com um médico durante uma consulta? Como agenda um exame? No quanto profissionais de saúde estão aptos a se comunicar por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras)? E no quanto o direito à saúde de milhares de brasileiros pode ficar comprometido devido à falta de acessibilidade? O Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) organizou um curso para formar trabalhadores da área de saúde para um atendimento mais inclusivo e acessível a pessoas com deficiência. Oferecido na modalidade de Educação a Distância (EaD), por meio do Campus Virtual Fiocruz, o Curso de Acessibilidade e os Princípios do SUS: Formação Básica para Trabalhadores da Saúde está com inscrições abertas até 31/10. Dentre seus módulos, temas como "O SUS e o direito das pessoas com deficiência" e "Introdução a surdez e Libras no contexto da saúde". 

O curso foi organizado pelo Grupo de Trabalho sobre Acessibilidade, do Icict, e está disponível no Campus Virtual Fiocruz. É gratuito e autoinstrucional. Apesar de ter como foco os trabalhadores de saúde, qualquer pessoa interessada em saber mais sobre acessibilidade e práticas inclusivas pode participar. Com carga horária total de 72 horas/aula, os módulos estão organizados em sequência para facilitar a compreensão dos assuntos, mas são independentes entre si. Dessa forma, os participantes podem conduzir seu processo de aprendizagem com autonomia. 

Obstáculos no acesso

Um dos objetivos do curso é romper a invisibilidade que cerca as pessoas com deficiência, inclusive nos serviços de saúde. “Ao serem tornadas invisíveis, pessoas com deficiência são desconsideradas. Naturaliza-se a falta de garantia de acessibilidade no atendimento”, lamenta a tecnologista Valéria Machado, doutora em informática na educação e coordenadora do curso, que cita a “barreira atitudinal” como principal obstáculo no acesso de pessoas com deficiência à saúde. 

Um obstáculo, porém, que resume inúmeros outros. “No cotidiano do atendimento em saúde, temos barreiras de diferentes ordens”, prossegue. “Há casos de falta de acessibilidade física nas instalações, como a ausência de rampas e elevadores, que comprometem a circulação de pessoas com mobilidade reduzida e deficiências motoras. Para pessoas com deficiências sensoriais (cegas e surdas), destacamos a falta de intérprete de Libras (a Língua brasileira de sinais) para mediar agendamentos de consulta e o atendimento nos serviços. Há falta de sinalização (sonora ou visual) adequada para pessoas cegas e surdas, quando o profissional de saúde chama o usuário para ser atendido nos serviços. É raro termos prescrições médicas acessíveis para pessoas cegas, em versão de áudio ou digital, por exemplo”.

Recurso educacional aberto

Valéria destaca que o conteúdo do curso foi criado para o profissional de saúde que atua em diferentes áreas.  Por isso, seus módulos abrangem desde uma formação mais geral sobre direitos das pessoas com deficiência, destacando marcos legais e conceituais, até orientações práticas para garantir um atendimento acessível, considerando as especificidades das pessoas com deficiência auditiva. Há ainda informações sobre tecnologia assistiva, acessibilidade web e orientações para criação de material informativo em saúde acessível.

O curso, aliás, caracteriza-se ainda como recurso educacional aberto (REA), o que permite o reuso de seu conteúdo, que pode ser replicado em diferentes contextos. Há, inclusive, a possibilidade de remixá-lo, criando novos materiais, desde que a fonte seja citada e que não haja uso comercial. Seu material inclui até um Guia de Reuso, que traz dicas de softwares de edição e propostas de atividades mais interativas.

Medidas para ampliar ainda mais a ideia de inclusão e de acesso. “Temos aprendido que, para além de garantir práticas mais acessíveis, dizer que o atendimento em saúde é inclusivo implica em não só oferecer medidas de acessibilidade, mas também assegurar práticas baseadas num compromisso ético com os direitos e com os princípios do SUS, implementando de fato o princípio da equidade”, frisa a coordenadora. 

Inscreva-se.

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