A partir da premissa que “a desigualdade social em saúde é marcada pela injustiça, quando um indivíduo ou grupo está em desvantagem de condições para manter-se saudável”, a aluna Érica Gomes Rodrigues, do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), do Icict, defenderá a sua dissertação de mestrado “Visibilidade Trans na Produção Científica Brasileira: contextos, temas, desafios e tendências”, que teve como objetivo “caracterizar os modos de visibilidade de pessoas trans na produção científica brasileira”.
A aluna teve como orientadora a professora do PPGICS, Cícera Henrique da Silva, e pesquisadora do Laboratório de Informação Científica e Tecnológica em Saúde (LICTS). A defesa acontece dia 28 de fevereiro (quarta-feira), às 10 horas, no Prédio da Expansão do Campus, sala 209, que fica na Av. Brasil, 4.036, em Manguinhos, Rio de Janeiro (RJ).
Defesa de Dissertação de Mestrado
Título: Visibilidade Trans na Produção Científica Brasileira: contextos, temas, desafios e tendências
Aluna: Érica Gomes Rodrigues
Orientadora: Cícera Henrique da Silva (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Segunda Orientadora: Inesita Soares de Araújo (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Banca:
Titulares:
Drª. Maria Cristina Soares Guimarães- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª. Jimena De Garay Hernández - UERJ
Suplentes:
Drª. Wilson Couto Borges - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª. Kizi Mendonça de Araújo - ICICT/FIOCRUZ
Data: 28/02/2018 - quarta-feira
Horário: 10h
Local: Sala 209 do Prédio da Expansão
Resumo: O gênero é um marcador social da diferença. Ele é hierarquizado e, consequentemente, grupos de pessoas, atividades, hábitos, profissões e instituições são desvalorizados em nossa sociedade. Essa desvalorização contribui para desigualdade social e repercute também na saúde. A desigualdade social em saúde é marcada pela injustiça, quando um indivíduo ou grupo está em desvantagem de condições para manter-se saudável. Como grupo social desvalorizado, pessoas transgêneras são alvo de muitos tipos de violência e de invisibilização de suas demandas.
O discurso científico, que cria oposições binárias de gênero, tem naturalizado e localizado a "verdade" sobre o gênero nas estruturas corporais. Neste contexto, o objetivo da pesquisa foi caracterizar os modos de visibilidade de pessoas trans na produção científica brasileira. Para tanto, foi delineado um panorama da produção científica brasileira a respeito da transgeneridade e estabelecido um vínculo entre as formas de visibilidade das pessoas transgêneras e a desigualdade em saúde. A metodologia empregada consistiu na busca por estudos nas fontes de informação científica multidisciplinares SciELO CI, WOS e SCOPUS; na análise de autores, instituições, áreas do conhecimento e os países que pesquisam em colaboração com o Brasil; na análise de assuntos; e na análise bibliográfica de temas como feminismo, estrutura social da ciência e visibilidade.
O corpus encontrado foi de 293 estudos. Dos 10 autores mais produtivos, as duas primeiras são vinculadas a mesma instituição e têm juntas mais da metade dos estudos sobre pessoas trans da instituição a que pertencem. O número de estudos publicados cresce a cada ano e 2016 se destaca com mais publicações. O Estados Unidos é o país que mais produz em parceira com o Brasil e há uma predominância de estudos das áreas das Ciências da Saúde. Foram identificados 17 assuntos, sendo possível perceber os temas e as tendências dos estudos sobre transgeneridade.
Os modos de visibilidade e a desigualdade em saúde puderam ser discutidos a partir desse contexto de produção e da análise de assuntos. Dentre as conclusões, estão a necessidade da melhoria do atendimento integral em saúde, a importância do fomento à pesquisa, a necessidade de discussão de gênero nas escolas e o cuidado ao nomear grupos estigmatizados.