O ano 2017 foi de muito trabalho para a equipe do repositório institucional (RI) Arca e para todos os profissionais que alimentam o RI, já que é um trabalho realizado em parceria com as Unidades da Fiocruz, responsáveis por depositar a produção de seus profissionais.
Foram criadas coleções específicas, realizados treinamentos em diversas unidades, além disso a equipe organizou os Encontros Pré-ConfOA, apoiou a organização da Reunião Brasileira de Repositórios, do Ibict, lançou a Rede Brasileira Sudeste de Repositórios, participou de várias mesas redondas, seminários e workshops, como “Os veículos de comunicação de massa como potencializadores da divulgação científica”, “Seminário de Suporte à Pesquisa e Gerenciamento de Dados Científicos: panorama atual e desafios”, “Workshop: Gestão de Dados de Pesquisa: os princípios FAIR e as estratégias institucionais - 8ª CONFOA”, “2º Seminário Tecnologia e Cultura”, para citar apenas alguns deles.
O Arca também possui, além da coleção de teses, dissertações e artigos, mandatórias, o acervo das revistas eletrônicas Reciis (Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde) e Inova Icict, ambas do Icict, e também de coleções digitais da Revista Radis (da Ensp/Fiocruz), do CRIS Boletim Fiocruz Internacional, CRIS Informa, além de coleções como Dados de Pesquisa e Preprint.
Tudo isso, visando o aprimoramento do serviço prestado à Fiocruz, e o resultado se faz sentir na expansão que o Arca alcançou. A quantidade de documentos disponibilizados no ano passado pulou para 40,64% em relação a 2016 e 117% comparado a 2013, ano anterior à implantação da Política de Acesso Aberto na Fiocruz.
Para Ana Maranhão, coordenadora do Repositório Arca, “esse crescimento se deve a diversos fatores, entre eles o estabelecimento da Política de Acesso Aberto, em 2014, que tornou mandatório o depósito de teses, dissertações e artigos no Repositório Institucional; o Plano Operativo, elaborado pelo Icict, que estabeleceu processos, responsabilidades e tornou claro todo o fluxo necessário para efetivação da Política; as apresentações, roadshows, que realizamos em praticamente todas as unidades de pesquisa da Fiocruz, divulgando o movimento do acesso aberto, a Política da Fiocruz e o treinamento para alimentação do repositório. Além do desenvolvimento de scripts (procedimentos por máquina), que facilitaram a importação de diversos documentos de outros sistemas, como os catálogos eletrônicos das bibliotecas, diretamente para o Arca”, explica.
Desenvolvimento da Ciência
Em 2017, cerca de 79% dos documentos depositados no Arca eram acadêmicos – 10.431 artigos periódicos, 3.375 dissertações de mestrado, 1.451 teses de, totalizando 15.257 documentos, fato este que possibilitou ao repositório institucional da Fiocruz, nas palavras de Ana Maranhão, “cumprir a sua função”. Ela revela algumas estratégias adotada pela equipe: “desenvolvemos um tutorial que irá ajudar as Unidades a localizar a produção científica nas bases de dados externas, internacionais, com o objetivo de importá-la para o Arca; temos realizado treinamentos sistemáticos para diversos profissionais, não só bibliotecários, e isto tem se refletido nesse aumento no número de depósitos”, afirma.
Em relação ao acesso ao Repositório, o crescimento também se faz notar: em relação a 2016, houve um aumento de 113%, que não se limita ao público interno, mas também o externo, com 90% sendo realizado via Google e Google Scholar.
Os quatro temas mais procurados foram: microcefalia, dengue, zika e esporotricose.
Para Ana Maranhão, a Política de Acesso Aberto adotada pela Fiocruz ajudou bastante a expansão do Repositório. “Conseguimos, de certa forma, estabelecer bons fluxos de trabalho, parte dos pesquisadores e profissionais envolvidos entendem o movimento de acesso aberto e participam de forma ativa, mas esse é um processo permanente, não podemos parar”, afirma.
A iniciativa da Fiocruz com o Arca está rendendo conversas com diversos órgãos que gostariam de implementar um repositório institucional, como é o caso da Anvisa, Cefet/RJ, Inca e Firjan, para citar apenas alguns, que foram recebidos pela equipe do Arca para reuniões de trabalho. “Várias instituições de ensino e pesquisa têm nos procurado para troca de experiências, o que indica que nosso trabalho tem servido de inspiração e base para o desenvolvimento de outros repositórios institucionais, ou seja, estamos contribuindo para o crescimento da ciência aberta, do acesso aberto, não só disponibilizando nossa produção, mas fazendo com que outras instituições sigam o mesmo caminho e disponibilizem sua produção acadêmica científica - e isso é fantástico!”, se alegra Ana Maranhão.
A coordenadora do Repositório destaca que ainda falta muito a ser feito: “temos que trabalhar muito ainda na conscientização de pesquisadores e profissionais sobre a importância do acesso aberto para o desenvolvimento da ciência e das pesquisas e do autoarquivamento. Para as Unidades, é importante que entendam que o repositório institucional é também um instrumento de gestão".