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Esgotamento sanitário do Recreio dos Bandeirantes é tema de artigo

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Por
Graça Portela
Publicado em - Atualizado em

Escrito a quatro mãos, o artigo "A dimensão territorial do esgotamento sanitário: o caso do Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, Brasil", de Thiago Mendes, do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (Cegot), da Universidade do Porto (Portugal) e Christovam Barcellos, vice-diretor de Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento Tecnológico do Icict/Fiocruz, analisa o processo de instalação do sistema de esgotamento sanitário, sob uma abordagem territorial. O artigo foi publicado na edição de fevereiro de 2018 da revista "Ciência & Saúde Coletiva", da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

O bairro do Recreio dos Bandeirantes fica na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro e possui uma população de 82.240 habitantes de classe média e moradores de favelas, áreas de preservação ambiental, praias e atividades comerciais. 

Os autores concluíram que apesar de o sistema de esgotamento sanitário já estar instalado e estendendo-se por grande parte do bairro, ele ainda "se encontra em processo de consolidação, fazendo emergir novos conflitos envolvendo os diversos atores que produzem e vivem o território, como moradores, órgãos de meio ambiente, prefeitura, governo estadual, entre outros".

Mendes e Barcellos afirmam que "as tensões entre o Estado e os agentes locais" acabam por impedir que as condições básicas para melhores condições de saúde a partir do esgotamento sanitário não são atingidas". Eles também concluem que: "O saneamento adquire diferentes configurações locais dependendo das condições do terreno (re­levo e tipo de solo), sócio-econômicas (tipos de habitação, renda, capacidade de investimento) e políticas (atuação do Estado, organização da so­ciedade). Por isso, o indicador de cobertura de serviços não se adéqua à análise dos contextos lo­cais em que ocorrem riscos, e onde podem surgir alternativas técnicas. É importante destacar que as ações de saneamento não se encerram na cons­trução de redes (tecnologias duras), mas deve considerar os múltiplos saberes e as relações do usuário com o sistema (tecnologias leves). Deste modo, o projeto de universalização dos serviços de saneamento, necessário e urgente nas cidades de países periféricos, não necessariamente resulta na homogeneização de soluções técnicas, mas ao contrário, deve atender às particularidades lo­cais."

A edição de fevereiro/2018 da revista "Ciência & Saúde Coletiva" (vol. 23, número 2) tem como tema "Adoecimentos e sofrimentos de longa duração: contribuições das Ciências Socias e Humanas em Saúde". 

Editada pela Abrasco, a revista "é um espaço científico para discussões, debates, apresentação de pesquisas, exposição de novas ideias e de controvérsias sobre a área". 
Leia ao lado o artigo "A dimensão territorial do esgotamento sanitário: o caso do Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, Brasil".