
A Fiocruz participou do 1º Seminário Nacional de Saúde Indígena e Mudanças Climáticas, que ocorreu na Universidade Federal do Acre (Ufac). O evento foi realizado pelo Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde (MS) de 24 a 26/9. A iniciativa teve por objetivo produzir subsídios para o Programa Nacional de Resiliência Climática em Saúde Indígena, uma construção com participação de profissionais, lideranças indígenas, público atendido pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) e instituições parceiras.
A abertura do evento (24/9) reuniu representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), lideranças de diversos setores da Sesai, além de integrantes da Coordenação de Saúde e Ambiente da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) e do Observatório de Clima e Saúde do Icict/Fiocruz.
O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, ressaltou a implantação de medidas para o enfrentamento às mudanças do clima, como o Comitê de Respostas a Eventos Extremos na Saúde Indígena (Cresi/Sesai), que visa prevenir, combater e minimizar os impactos na saúde dos indígenas afetados pelas mudanças climáticas, nos territórios.
“São as nossas comunidades que mais sofrem com os eventos extremos do clima como as enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul e as secas e queimadas na região Norte. Esse evento é de planejamento e apontamento de soluções de enfrentamento às mudanças climáticas que impactam na saúde indígena”, ressaltou Weibe.
Uma da coordenadoras do Observatório do Clima e Saúde do Icict/Fiocruz, Renata Gracie compôs a mesa institucional do evento e fez uma apresentação na qual ressaltou os efeitos climáticos na saúde e a atuação do Observatório, que realiza um inventário de dados ambientais, climáticos, socioeconômicos e de saúde disponibilizados por variadas fontes, para contribuir com a compreensão da relação entre os processos de mudanças ambientais e climáticas globais e seus efeitos na saúde.
Segundo Renata, o Observatório tem a elaboração de notas técnicas como uma estratégia para que as informações cheguem aos gestores e sociedade civil o mais rápido possível em situações urgentes. Para ela, a sociedade bem informada consegue fortalecer a incidência política para conquista de políticas públicas mais adequadas para a realidade de seus territórios.
Quanto aos territórios indígenas, Renata destacou que são espécies de “ar condicionado natural” e que deveriam ter mais apoio para preservá-los. “Alguns territórios apresentam até 5°C a menos em relação às áreas mais urbanizadas”, pontuou.