O Projeto de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde (Proadess) passou a incluir mais uma abrangência geográfica em sua matriz de indicadores: as macrorregiões de saúde.
Ao encontro do objetivo central do projeto, a iniciativa busca contribuir com subsídios para planejamento de políticas, programas e ações de saúde, voltados a gestores de todas as esferas administrativas. Além disso, ajuda a disseminar informações sobre o desempenho do SUS.
Ricardo Dantas, coordenador do projeto, explica que as macrorregiões são compostas por uma ou mais regiões de saúde: “elas são consideradas fundamentais para a promoção da equidade regional, bem como para contribuir na concretização do planejamento ascendente do SUS”.
Nesse sentido, a recente inclusão de macrorregiões de saúde atendeu a uma demanda direta do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações Estratégicas em Saúde (Demas/SEIDIGI/MS).
Novidades do projeto
Em 2026, o projeto completará 25 anos. Ao longo de sua atuação, o Proadess já incluiu diferentes ferramentas e incorporou outras formas de consulta, como a disponibilização de indicadores para regiões de saúde e municípios.
Recentemente, também houve a atualização das séries históricas dos indicadores para todas as abrangências geográficas, a partir das Estimativas Populacionais para os Municípios Brasileiros, desagregadas por sexo e idade, para o período de 2000 a 2024. Com base no método definido pelo Comitê Temático Interdisciplinar de Estimativas Municipais da Rede Interagencial de Informações para a Saúde, a Ripsa.
Exemplo
Esses dados são utilizados, por exemplo, como denominadores, para o cálculo das taxas de mortalidade por causas específicas.

Fonte: Consulta ao indicador de Mortalidade prematura por Doenças Crônicas Não Transmissíveis, para a Macrorregião de Saúde do estado de Alagoas. Proadess, 2025.
Curso de atualização
Os incrementos nas ferramentas e nos dados do Proadess foram abordados no Curso de Monitoramento e Avaliação do sistema de saúde segundo a metodologia do Proadess, ofertado pelo projeto no início de novembro. Entre os participantes, dez residem no estado do Rio de Janeiro, dois em São Paulo e um na Bahia.
Em sua décima turma, o curso de atualização, que acontece desde 2017, possui mais de 100 egressos, de todas as regiões do país: “Nessa chamada, priorizamos a seleção de profissionais que atuam no monitoramento e na avaliação da Atenção Primária à Saúde. Trabalhamos esse enfoque durante as atividades práticas, que envolveram seleção e análise de indicadores e elaboração de fichas de qualificação de novos indicadores propostos”, explicou Carolina Carvalho, coordenadora do curso.
Para cirurgiã-dentista Priscila Riggo, uma das alunas da última turma, conhecer o Proadess é um passo fundamental para construção de um SUS mais ágil, eficiente e de qualidade: “Na prática, isso se traduz em usar evidências para qualificar o planejamento. Para otimizar filas. Para melhorar a distribuição de medicamentos e investir em programas de saúde que realmente impactem a qualidade de vida do usuário”.
Segundo Priscila, as ferramentas e os dados do Proadess são essenciais para esse diagnóstico: “Fazer o curso do Proadess mudou minha perspectiva sobre como podemos melhorar o SUS. A chave não está apenas em fazer mais, mas em fazer melhor. E, para fazer melhor, precisamos de diagnósticos precisos”, complementa.
Com carga horária de 30 horas, o curso tem por objeto qualificar profissionais na construção e no uso de indicadores para monitoramento e avaliação do Sistema Único de Saúde. A próxima turma está prevista para o primeiro semestre de 2026.
*Crédito: Arte de Vera Fernandes sobre foto CC de Antoni Shkraba Studio - Pexels.


