Duas defesas de doutorado e mestrado do PPGICS/Icict acontecem nos dias 27 e 28 de junho próximo. A primeira - de doutorado é a de Eliane Bardanachvili, orientada por Valdir de Castro Oliveira (PPGICS/Icict) e Wedencley Alves Santana (PPGCOM/UFJF), que enfoca os discursos dos Ministros da Saúde no período de 1986 a 2016, a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde.
"Saúde como direito: discursos e ritos nas falas inaugurais de Ministros da Saúde no jornal Folha de S. Paulo", em sua conclusão final, "sugere (dentre outros pontos) que a apropriação do conceito de direito à saúde como projeto civilizatório e transformador é secundarizada por uma urgência operacional, que perpassa o discurso dos gestores da Saúde e é acatada pelo jornal".
Na sexta-feira, 28/06, é a vez da aluna Luciana Saiter Gonçalves Silva, defender a sua dissertação de mestrado intitulada "Câncer de Mama e Visibilidade: narrativas autobiográficas no Facebook". Orientada por pela professora Kátia Lerner, do PPGICS, e pesquisadora do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces), Luciana analisa "a produção de narrativas autobiográficas de mulheres com câncer de mama no Facebook e compreender os sentidos da doença por elas atribuídos, tendo em vista o contexto contemporâneo".
A aluna do PPGICS observa que "foi verificado intenso processo de midiatização da página, em que a participante utiliza a página para expressar a narrativa autobiográfica de sua experiência com o câncer de mama, mas também com a missão de levar autoestima para mulheres com a doença, alcançada através de elementos estéticos e de beleza".
As duas defesas acontecem no Prédio da Expansão do Campus, que fica na Av. Brasil, 4.036, em Manguinhos, no Rio de Janeiro (RJ).
Leia mais informações sobre as defesas abaixo.
Defesa de Tese de Doutorado
Título: Saúde como Direito: discursos e ritos nas falas inaugurais de Ministros da Saúde no Jornal “Folha de S. Paulo” (1986-2016)
Aluna: Eliane Bardanachvili
Orientador: Dr. Valdir de Castro Oliveira (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Segundo Orientador: Dr. Wedencley Alves Santana (PPGCOM/UFJF)
Banca:
Titulares
Drª Kátia Lerner PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Igor Pinto Sacramento - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Marcio Simeone Henriques – PPGCOM/UFMG
Dr. Tarso Bonilha Mazzotti – UFRJ
Suplentes:
Drª Cícera Henrique da Silva– PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. José Antônio Cirino- ECO/UFRJ
Data: 27/06/2019 - Quinta-feira
Horário: 10h
Local: Sala 402, do Prédio da Expansão do Campus
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo investigar o discurso midiático do conceito de direito à saúde, afirmado na Constituição de 1988, em matérias jornalísticas com ministros da Saúde, produzidas por ocasião da posse desses gestores na pasta, pelo jornal Folha de S. Paulo. A investigação abrangeu um período de três décadas (1986-2016), a partir do ano de realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, momento em que a Reforma Sanitária Brasileira começava a ganhar concretude.
Tomando a mídia como estruturante do espaço público e estruturada por este, intentamos compreender como o dispositivo jornalístico, com suas características particulares, regras e recursos para codificar e decodificar mensagens, (re)interpretou e modulou falas autorizadas do poder público, no que diz respeito à universalidade da saúde como direito – ainda não plenamente atingida no mundo social. O exame balizou-se pela relação de jornal e fontes (os ministros da Saúde) com o contexto em que operam e com uma dupla face da Reforma Sanitária – em suas dimensões societária (relacionada a uma revolução dos modos de vida) e setorial (traduzida em ações e serviços).
Sustentada principalmente nas contribuições de John Thompson e Norman Fairclough, a pesquisa realizou-se pela Análise de Discursos Crítica, com incorporação de aportes da análise retórica, em diálogo, ainda, com aspectos sócio-históricos dos universos da Saúde e do Direito e uma discussão acerca do papel do Estado como garantidor de direitos sociais.
Os resultados sugerem que a apropriação do conceito de direito à saúde como projeto civilizatório e transformador é secundarizada por uma urgência operacional, que perpassa o discurso dos gestores da Saúde e é acatada pelo jornal. Formatados pelo dispositivo, e em sua relação com outros discursos socialmente construídos, jornal e fontes estabelecem seu contrato de leitura com o público enfatizando promessas e propostas de ações pontuais, em detrimento de uma afirmação da saúde como direito universal.
Defesa de Dissertação de Mestrado
Título: Câncer de Mama e Visibilidade: narrativas autobiográficas no Facebook
Aluna: Luciana Saiter Gonçalves Silva
Orientador: Drª Kátia Lerner (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)
Banca:
Titulares
Drª Janine Miranda Cardoso- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Waleska de Araújo Aureliano – UERJ
Suplentes:
Drª Inesita Soares de Araujo– PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Rosilene Gomes Souza- INCA
Data: 28/06/2019 - Sexta-feira
Horário: 09h
Local: Sala 401, do Prédio da Expansão do Campus
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo analisar a produção de narrativas autobiográficas de mulheres com câncer de mama no Facebook e compreender os sentidos da doença por elas atribuídos, tendo em vista o contexto contemporâneo.
Partindo do câncer como uma doença midiatizada, seja por pessoas comuns que publicizam sua experiência com a doença em redes socias on line, seja pela disseminação de informações nos meios massivos de comunicação, que em tempos atuais atualiza e ao mesmo tempo reconfigura os estigmas de morte, dor e sofrimento, busquei nesta pesquisa compreender o impulso da escrita de si em relação à doença de mulheres com câncer de mama que publicam esta experiência no Facebook; verificar a relação estabelecida por estas mulheres com seus interlocutores no ambiente digital; e identificar quais os sentidos de saúde-doença estão presentes nas narrativas sobre a experiência com o câncer de mama na perspectiva sócio-antropológica.
A metodologia foi qualitativa e os instrumentos metodológicos foram a Etnografia no ambiente digital de uma página do Facebook e a entrevista semi-estruturada com a administradora e criadora da página. Foi verificado intenso processo de midiatização da página, em que a participante utiliza a página para expressar a narrativa autobiográfica de sua experiência com o câncer de mama, mas também com a missão de levar autoestima para mulheres com a doença, alcançada através de elementos estéticos e de beleza.