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PPGICS: Defesas do dia 30/6 têm como temas Sistema de Informação em Saúde e pessoas gagas

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PPGICS Divulgação
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Na segunda-feira, 30 de junho, serão realizadas duas defesas – mestrado e doutorado – do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde – PPGICS. 

A primeira apresentação será da aluna Daniella Augusto, intitulada “Vigilância das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG): A estrutura, adequação e qualidade dos dados antes e após a pandemia de COVID-19”, que analisa as mudanças nas fichas de notificação e os dados secundários de Influenza e de SRAG, entre 2006 e 2023, “de modo a avaliar sua adequação e completitude ao longo do tempo e dos SIS no Estado do Rio de Janeiro”. 

A dissertação foi orientada por Renata Gracie, tendo como segundo e terceiros orientadores, Christovam Barcellos e Maria Angela Esteves. 

Na defesa de doutorado de Maria Clara Chaves, é analisada a questão da autodeterminação em saúde em relação às pessoas gagas. Para fazer esta análise, Maria Clara se apoiou em “três fusíveis conceituais: a escrevivência contrafluente, a obliteração algorítmica e a tecnogagueira, manejados como operadores críticos frente à normatividade comunicacional. Além disso, tomamos o SUS como um disjuntor, isto é, como instância de interrupção dos fluxos excludentes do sistema de saúde, operando como espaço ético e institucional de acolhimento à disfluência e proteção das multiplicidades comunicativas.” A aluna foi orientada pelo professor André Pereira Neto. 

As defesas serão presenciais. 

Defesa de dissertação de mestrado

Título: Vigilância das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG): A estrutura, adequação e qualidade dos dados antes e após a pandemia de COVID-19

Aluna: Daniella Carbonetti Rangel Augusto

Orientadora principal: Renata de Saldanha da Gama Gracie Carrijo (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Segundo orientador: Christovam de Castro Barcellos Neto (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Terceira orientadora: Maria Angela Pires Esteves (Icict/Fiocruz)

Banca
Titulares:

  • Ricardo Antunes Dantas de Oliveira (PPGICS/Icict/Fiocruz)
  • Luciane de Souza Velasque (PPGENF/UNIRIO)

Suplentes:

  • Paulo Roberto Borges de Souza Junior (PPGICS/Icict/Fiocruz)
  • Mônica de Avelar Figueiredo Mafra Magalhães (PPGSP/ENSP/FIOCRUZ)

Dia: 30/6/2025 | Horário: 13h30

Local: Sala 410 – Prédio Sede Campus Maré

Resumo: Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) têm como finalidade principal informar as condições de saúde das populações e servir de subsídio para a elaboração e avaliação de políticas públicas universais, integrais e equitativas. Para a vigilância em saúde, a qualidade dos dados é primordial para refletir com precisão o cenário epidemiológico vigente. 

Buscando otimizar a notificação de casos de Influenza A (H1N1) no cenário pandêmico em 2009, o Ministério da Saúde instituiu a notificação de Síndromes Respiratórias Agudas Grave (SRAG) como rotina dos serviços de vigilância do país por meio do SINAN Influenza Web. Durante a pandemia de Covid-19, as notificações de SRAG passaram a ser realizadas no SIVEP-Gripe. Frequentemente os formulários de notificação eram atualizados e novas variáveis foram inseridas ou retiradas, conforme necessidade de responder a determinadas questões emergentes. 

O objetivo principal deste estudo foi analisar as mudanças nas fichas de notificação e os dados secundários de Influenza e de SRAG entre 2006 e 2023, de modo a avaliar sua adequação e completitude ao longo do tempo e dos SIS no Estado do Rio de Janeiro. Foi estruturado um esquema visual com a classificação de completitude das variáveis, de 2009 a 2023. 

Observou-se um panorama de uma melhora modesta na qualidade dos registros, entretanto, outras variáveis de importância para a vigilância epidemiológica apresentaram uma completitude inadequada. Em relação à distribuição regional dos resultados de acordo com os mapas elaborados, é possível observar um contraponto na completitude do preenchimento das variáveis de vacinação entre Gripe e COVID-19. É recomendada uma integração entre as práticas da vigilância epidemiológica com a prática assistencial nos serviços de saúde; assim como a incorporação de dados sociodemográficos aos Sistemas de Informação em Saúde para melhor compreender o contexto epidemiológico das pandemias.


Defesa de tese de doutorado

Título: Ainda sobre máscaras brancas: gagueira, tecnodiversidade, fonodissidência, contracolonialidade e racismo algorítmico em ambientes virtualizados

Aluna: Maria Clara Conrado de Niemeyer Soares Carneiro Chaves

Orientador: André de Faria Pereira Neto (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Banca
Titulares:

  • Daniela Muzi (PPGICS/Icict/Fiocruz)
  • Irene Rocha Kalil (PPGICS/Icict/Fiocruz)
  • Sergio Dias Guimarães Junior (UFRJ)
  • Cláudia Freire Vaz (UNIFESO)

Suplentes:

  • Sandro Torres de Azevedo (PPGICS/Icict/Fiocruz)
  • Rafael Haddock-Lobo (PPGF /UFRJ)

Dia: 30/6/2025 | Horário: 14h

Local: Sala 402 – Prédio Sede Campus Maré

Resumo: Esta tese analisa a questão da autodeterminação em saúde em relação às pessoas gagas. Para tanto será utilizado o método de análise da cartografia digital (Deleuze; Guattari, 1995), segundo a técnica geográfica de desenvolvimento crítico (Santos, 2021, 2023), associada ao esmiuçamento da análise de conteúdo (Moraes, 1999) das postagens presentes no perfil do Instagram @gagofonia, onde se promove interações comunicacionais e produção de subjetividades dissidentes. Examinamos como essas pessoas produzem outras epistemologias e outras maneiras de legitimar suas vozes, quando se inclinam a debater questões de saúde nos espaços virtualizados, utilizando-se de tecnologias digitais de informação e comunicação.

Nossa hipótese é que, embora estejamos localizados num ambiente hostil e capitalista, a dissidência ressoa como forma de indicar outros caminhos de existências, combatendo o mascaramento embranquecido social imposto (Fanon, 2008; Kilomba, 2019) e a obliteração algorítmica, que atua silenciando expressões disfluentes. Desse modo, analisaremos a possibilidade dessa conjuntura digital particularizada tornar-se uma “escrevivência digital” (Evaristo, 2020), enquanto prática de escrevivência contrafluente, conciliada à tecnogagueira como força estética e política, uma vez que envolve o processo de se expressar através da vivência da escrita, quando a disfluência da fala é questionada pelo constructo fonocêntrico.

Assim sendo, averiguamos se o ambiente digital e virtual, lócus das redes sociais ocidentais, é um território capaz de disseminar o conceito de “tecnodiversidade” (Yuk, 2020), articulado à fricção produtiva entre corpos gagos e dispositivos cosmotécnicos. Por conseguinte, discutimos até que ponto uma experiência local tecnológica possibilita verificar as problemáticas quanto à “colonialidade digital” e quanto ao “racismo algorítmico” (Faustino; Lippold, 2023). Diante disso, debatemos a plausibilidade de eleger caminhos de “contracolonialidade” (Bispo dos Santos, 2023) de maneira cibernética, mediante a ativação de práticas de fonodissidência e fonoressonância, que são conceitos que desenvolvemos e propomos com essa tese, como instrumentos críticos de escuta implicada e subversão dos regimes de fluência.

Para isso, lançamos mão dos graduadores de escala, dispositivos metodológicos que agem como pontos de curto-circuito no sistema elétrico da sociedade fonocêntrica. Assim, nos ancoramos em três fusíveis conceituais: a escrevivência contrafluente, a obliteração algorítmica e a tecnogagueira, manejados como operadores críticos frente à normatividade comunicacional. Além disso, tomamos o SUS como um disjuntor, isto é, como instância de interrupção dos fluxos excludentes do sistema de saúde, operando como espaço ético e institucional de acolhimento à disfluência e proteção das multiplicidades comunicativas. 

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