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PPGICS: Zika, produção do conhecimento e percursos do nascer são temas de defesas

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Por
Graça Portela
Publicado em - Atualizado em

Entre os dias 29 e 30 de abril, respectivamente segunda e terça-feira, serão realizadas três defesas. A primeira - de Mestrado - é da aluna Mônica da Silva Auler, que falará sobre "A Produção do Conhecimento sobre História das Ciências Veiculada no Periódico História, Ciências, Saúde: Manguinhos", orientada pelas pesquisadoras Cícera Henrique da Silva e Rosana Abdala Lins, ambas do Laboratório de Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Licts)/Icict e professoras do Programa de  Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde - PPGICS.

A aluna fez um levantamento e análise das temáticas presentes nos títulos dos livros citados na Revista, "que mostraram grande incidência das palavras que descrevem o escopo do periódico". Mônica Auler conclui que "os resultados alcançados podem fornecer subsídios para a gestão da Casa de Oswaldo Cruz, unidade responsável pelo periódico, por uma biblioteca de história da saúde e pelo Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde". Sua defesa será no dia 29/04, às 9h30.

A tese de Clarisse Cavalcante, aluna de doutorado do PPGICS, faz uma análise da trajetória de mulheres gestantes em busca de assistência no Sistema Único de Saúde no município de Juiz de Fora/MG. A aluna fez um trabalho de campo com oito gestantes no ano de 2018, observando como elas se relacionaram com os itinerários que lhes foram propostos seguindo, dentre outras coisas, as condutas do Programa de Humanização do Pré-natal e do Nascimento. Ela foi orientada por Kátia Lerner, pesquisadora do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces) e do PPGICS. A defesa será dia 30/04, às 9h.

E a última defesa, no dia 30/04, às 14h30, será sobre "Um Ano de Zika: como se  conjugam desigualdades sociais, cuidado e responsabilidade nos discursos do Jornal Nacional e do Repórter Brasil", da aluna  Juliana Fernandes Câmara, orientada pela pesquisadora do Laces e professora do PPGICS, Janine Miranda Cardoso. A aluna aborda as relações entre as desigualdades sociais, a epidemia de síndrome congênita do zika vírus e o telejornalismo, tentando responder como os discursos do Jornal Nacional (JN) e o Repórter Brasil (RB) articularam as desigualdades sociais – em especial, as de gênero, raça, classe e regionais – à responsabilidade pelos cuidados dos bebês afetados pela síndrome.

Veja abaixo outros detalhes sobre as defesas:

Defesa de Dissertação de Mestrado

Aluna: Mônica da Silva Auler

Título: A Produção do Conhecimento sobre História das Ciências Veiculada no Periódico História, Ciências, Saúde: Manguinhos

Orientador: Drª Cícera Henrique da Silva (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Segunda Orientadora: Rosane Abdala Lins (ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares:

  • Drª Maria Cristina Soares Guimarães– PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Drª Jeorgina Gentil Rodrigues- IOC/FIOCRUZ

Suplentes:

  • Dr. Paulo Borges de Souza Junior– PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Drª Kizi Mendonça de Araújo- ICICT/FIOCRUZ

Data: 29/04/2019, segunda-feira

Horário: 9h30

Local: Sala 402, do Prédio da Expansão

Resumo: Pesquisa de mestrado, de caráter exploratório-descritivo, que procurou conhecer a dinâmica de produção do conhecimento dos artigos do periódico História, Ciências, Saúde: Manguinhos, publicado pela Casa de Oswaldo Cruz, unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz. 

A metodologia baseou-se na análise das citações feitas pelos artigos publicados na seção Análise em 2013 e 2017. Os dados relativos aos artigos citantes foram compilados a partir de relatórios internos produzidos pelo periódico. Os dados relativos às referências citadas por esses artigos foram extraídos da Scientific Electronic Library Online (SciELO) por meio da ferramenta Metadata Automatic retrieval system for Updated References and cited Objects (Mauro). Para padronizar os dados e produzir relatórios dos dados consolidados foi utilizado o software VantagePoint. Para construir uma nuvem com as palavras mais frequentes nos títulos de livros foi utilizado o aplicativo TagCrowd. A tipologia das referências citadas mostrou-se muito diversificada, sendo livros mais citados do que periódicos. Não foi possível averiguar a colaboração na autoria das referências citadas por causa de limitações nos dados coletados automaticamente. 

O levantamento das temáticas presentes nos títulos dos livros citados mostrou grande incidência das palavras que descrevem o escopo do periódico. Os resultados alcançados podem fornecer subsídios para a gestão da Casa de Oswaldo Cruz, unidade responsável pelo periódico, por uma biblioteca de história da saúde e pelo Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde.

Defesa de Tese de Doutorado

Aluna: Clarisse Castro Cavalcante

Título: Percursos e Sentidos do Nascer: um estudo das trajetórias de gestantes em busca de cuidado no Sistema Único de Saúde

Orientador: Drª Kátia Lerner (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares:

  • Drª Inesita Soares de Araujo – PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Drª Adriana Cavalcanti de Aguiar- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Cláudia Barcellos Rezende - IMS/UERJ
  • Marina Fisher Nucci - COC/FIOCRUZ

Suplentes:

  • Dr. Josué Laguardia– PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Drª Clarissa Sousa de Carvalho- UESPI

Data: 30/04/2019, quarta-feira

Horário: 9h

Local: Sala 710, do Prédio da Expansão

Resumo: Esta tese tem como objetivo analisar a trajetória de mulheres gestantes em busca de assistência no Sistema Único de Saúde no município de Juiz de Fora/MG, e assim compreender como as dimensões política, institucional, clínica, e cultural do cuidado com a gestação e o nascimento se articulam e produzem trajetórias individuais, mas que são também construídas e significadas coletivamente. Esta investigação será feita à luz de alguns conceitos, dentre os quais destacam-se: itinerários de cuidado, humanização, risco e medicalização. 
Para tal, foi realizada uma etnografia na qual a autora permaneceu oito meses em campo, no ano de 2018, observando como oito gestantes se relacionaram com os itinerários que lhes foram propostos seguindo as condutas do Programa de Humanização do Pré-natal e do Nascimento, e os modos como coproduziram seus percursos a partir dos sentidos que atribuíram às práticas e discursos através dos quais transitaram, se deixando agenciar pelos pressupostos científicos e também agenciando as cenas de cuidado a partir da valorização de suas próprias experiências. 

Partindo do pressuposto de que gravidez e parto não são eventos meramente fisiológicos, este estudo adota uma abordagem socioantropológica para mostrar que as trajetórias em busca de cuidado, além de configurarem ‘questões de saúde’ (valorizando os inúmeros sentidos que esta acepção produz) são também moduladas pela produção e circularidade de sentidos sobre maternidade, relações parentais, relações com o corpo e mudanças de comportamento em busca de uma gravidez saudável.

Defesa de Dissertação de Mestrado

Aluna: Juliana Fernandes Câmara

Título: Um Ano de Zika: como se  conjugam desigualdades sociais, cuidado e responsabilidade nos discursos do Jornal Nacional e do Repórter Brasil

Orientador: Drª Janine Miranda Cardoso (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares:

  • Drª Inesita Soares de Araujo – PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Dr. Rodrigo Murtinho de Martinez Torres- ICICT/FIOCRUZ

Suplentes:

  • Drª Kátia Lerner– PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
  • Dr. Luiz Felipe Stevanim- ENSP/FIOCRUZ

Data: 30/04/2019, terça-feira

Horário: 14h30

Local: Sala 402, do Prédio da Expansão

Resumo: Este trabalho aborda as relações entre as desigualdades sociais, a epidemia de síndrome congênita do zika vírus e o telejornalismo. Tendo como referência a produção social dos sentidos e a perspectiva do drama epidêmico midiático, busca responder como os discursos do Jornal Nacional (JN) e o Repórter Brasil (RB) articularam as desigualdades sociais – em especial, as de gênero, raça, classe e regionais – à responsabilidade pelos cuidados dos bebês afetados pela síndrome.

As matérias veiculadas durante a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional respondem por nosso corpus ampliado e as séries especiais que os telejornais dedicaram à epidemia, em 2016, formam o corpus reduzido da análise. Entrevistas com profissionais que participaram da cobertura foi o outro procedimento metodológico adotado.

Entre os resultados, destacamos: os diferentes marcos temporais estabelecidos pelos telejornais para a realização das séries; as diferenças que suas características – notadamente a ênfase do RB nas medidas oficiais e o privilégio da ciência no JN – imprimiram na configuração e duração dos atos do drama epidêmico; e, principalmente, o lugar destinado às desigualdades sociais que, mesmo quando abordadas, não são articuladas à responsabilidade coletiva. Concluímos que os discursos jornalísticos estudados não propuseram alteração no posicionamento das mulheres frente à epidemia. Mesmo quando reconhecidas como vítimas, as mulheres – principalmente as pobres, negras e nordestinas – continuam a responder pelos muitos cuidados que os bebês com síndrome congênita do zika vírus necessitam e deveriam ter garantido o direito de receber.