O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), divulgou o resultado da chamada sobre "Prevenção e Combateao vírus Zika". Dentre os contemplados da área de Desenvolvimento Tenocnológico e Inovação, está o projeto do Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC), "Formação de Pesquisadores e Facilitação de Recrutamento de Voluntários para Aprovação Expressa de Estudos Fases I a IV em Zika, Chicungunya e Dengue". Segundo Luisa Silva, coordenadora do ReBEC, “O projeto prevê a entrega de produtos de base digital para facilitar a realização e aprovação de estudos em arboviroses, colaborando com soluções no âmbito da Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN).
A equipe enfocou dois gargalos: encontrar voluntários para ensaios clínicos e capacitar equipes de pesquisa para o registro de estudos nessas áreas. “Praticamente tudo que está em estudos para combater zika, dengue e chikungunya ainda precisa ser testado em seres humanos. Para isso, os pesquisadores têm de achar voluntários adequados para cada experiência. E há voluntários querendo participar das pesquisas, sem informação sobre elas. Nossa ideia é um aplicativo em código aberto para esse 'match' por características e região”, explica Luisa Silva.
Para a pesquisadora, a capacitação dos pesquisadores é a segunda frente mais importante na aceleração das pesquisas em arboviroses, no âmbito do registro. “Ao longo dos nossos cinco anos de experiência no Rebec vimos que boa parte da demora na aprovação se deve à pouca familiaridade com o preenchimento dos formulários, por isso resolvemos inovar também nessa área.
Luiza propõe uma série de vídeos, tutoriais e manuais para a capacitação de pesquisadores. Os resultados começam a ser entregues já no final do primeiro semestre de 2017. “É um sonho antigo, mas não podíamos investir porque todos os recursos do ReBEC têm de ser usados na sua manutenção”, explica, reiterando a necessidade de orçamentalização da dotação do programa pelo Ministério, aguardada há quatro anos.
A chamada pública que visa a apoiar projetos de pesquisa científica e tecnológica que visem a contribuir significativamente para o desenvolvimento científico e tecnológico do País, com foco especial na prevenção, diagnóstico e tratamento da infecção do vírus Zika e doenças correlacionadas, e no combate ao mosquito Aedes Aegypti, contribuindo assim de modo efetivo para o avanço do conhecimento, formação de recursos humanos, geraão de produtos, formulação, implementação e avaliação de ações públicas voltadas para a melhoria das condições de saúde da população brasileira. Ao todo, nove projetos da Fiocruz foram selecionados.